No início da década de 1970, a Congregação começou a explorar a possibilidade de iniciar uma missão na África. Os Oblatos de Maria Imaculada, bons amigos das Irmãs na Itália, já tinham uma presença estabelecida naquele continente.
Ir. Rose Margaret Delaney, então Ministra Congregacional e Ir. Benedicta Scheidweiler, da Itália, visitaram o ministério dos Oblatos na República do Cameroun, um país da região ocidental da África Central, em 1975. Foi a partir dessa experiência que a Congregação decidiu estabelecer uma missão no Senegal.
As Irmãs Mary Maloney dos Estados Unidos e Benedicta Scheidweiler foram as duas pioneiras. Chegaram à aldeia de Koungheul, no Senegal, no final de 1978. Foram logo abrindo clínicas médicas. Ir. Mary iniciou programas de saúde materno infantil em cinco aldeias. Em pouco tempo, esse programa se espalhou por várias outras.
Mulheres gestantes e no pós-parto, juntamente com seus bebês e crianças pequenas, começaram a receber cuidados médicos relacionados à gravidez, instruções em cuidados pediátricos e educação em saúde e nutrição.
Posteriormente, o programa passou a incluir a prevenção e o tratamento de doenças infantis potencialmente fatais e as crianças eram acompanhadas pelas Irmãs Bernadette Sullivan, Adelaide Link e Diane Moroney, que eram enfermeiras.
Logo depois de chegar a Koungheul, Ir. Adelaide começou a trabalhar para capacitar mulheres e pessoas com deficiência. Ela se locomovia de motocicleta, indo de aldeia em aldeia e procurava ajudar muitas pessoas necessitadas de cuidados ortopédicos, tendo chegado até mesmo a projetar cadeiras de rodas que foram construídas artesanalmente.
Em 1984, Ir. Marie Martin Smith juntou-se à comunidade por um ano. Ela e Ir. Adelaide deram aulas de corte e costura para mulheres e meninas, um ministério que havia sido estabelecido pela primeira vez na missão por Ir. Benedicta. Em 1985, as Irmãs Annunciata Marino, Francesca Atorino e Elisabetta La Manna chegaram da Itália para gerir a Missão, e as Irmãs americanas voltaram para os Estados Unidos. Em 1988, a missão no Senegal encontrou uma nova dificuldade. Naquele ano, o governo senegalês passou a exigir a presença de uma enfermeira certificada nas duas clínicas que havíamos aberto em Koungheul, e já não tínhamos Irmãs enfermeiras disponíveis no Senegal.
A Congregação procurou colaborar com outras ordens religiosas e voluntários leigos para cumprir essa exigência, mesmo sabendo que seria uma solução temporária que não se sustentaria no longo prazo.
Naquele ano, na Assembleia da então Região da Itália, que tinha passado a gerir a Missão do Senegal, as Irmãs renovaram o seu desejo de apoiar a missão em Koungheul e se comprometeram também em abrir uma nova missão voltada para os serviços sociais, em Dakar. Energizadas por esse novo plano, várias Irmãs começaram a preparar sua transferência para Dakar. Entre elas estavam Ir. Barbara Fiorentino, Ir. Tiziana Longhitano, Ir. Laura Cantello, Ir. Maria Chiara e Ir. Teresa Lamparelli.
Em 11 de fevereiro de 1989, elas abriram a nova comunidade em Dakar, a Casa Alleluia e logo depois Ir. Francesca Atorino iniciou um centro de costura e bordado para mulheres, que se tornou o Centro Francisca Schervier para a Promoção e Formação de Mulheres. No mesmo ano, Ir. Barbara Fiorentino abriu uma pré-escola na paróquia, onde cento e trinta crianças, cristãs e muçulmanas, de três a seis anos de idade, começaram a estudar juntas. Ir. Tiziana Longhitano, envolvida no ministério paroquial, ofereceu programas espirituais e retiros de um dia para jovens. Logo depois, a Congregação adquiriu uma propriedade no bairro de Parcelles Assainies, na periferia de Dakar. A propriedade incluía uma casa grande e uma pequena. As Irmãs imaginavam usar a menor delas para acolher mulheres interessadas em conhecer o carisma de Madre Francisca. Um novo programa de captação de recursos em apoio à Missão no Senegal foi desenvolvido em 1992, chamado “Into Africa”.
Concebido como uma colaboração entre a Congregação, a Fundação e o Sistema de Saúde SFP, nos Estados Unidos, esse programa nos permitiu obter os fundos necessários para consolidar a Missão no Senegal, e, nos Estados Unidos, incentivar o apoio orante e a participação ativa dos funcionários do Sistema de Saúde na Missão. Profissionais de saúde puderam ser recrutados para servir no Senegal. As enfermeiras Brenda Levine e Victoria Moore, do St. Elizabeth Medical Center, em Dayton, Ohio, passaram um ano trabalhando no Senegal em 1994. Através dos esforços combinados do Sistema de Saúde, da Fundação e da Congregação, foi possível manter o salário dessas enfermeiras durante o tempo que passaram dando atendimento e instrução. O programa “Into Africa” explorou também novas formas de ajudar o povo senegalês no longo prazo. Ir. Daniela Meade, então residente nos Estados Unidos, visitou o Senegal várias vezes, para criar laboratórios de análise e treinar pessoas do lugar para gerir esses laboratórios. Pessoas da comunidade, trabalhando nos laboratórios, foram treinados na identificação de parasitas, sua prevenção e tratamento.
Em 1993, a Congregação abriu o Centro Benedicta para Formação de Mulheres em Koungheul, para dar apoio a sua dignidade e capacitá-las para terem condições de melhorar suas condições de vida. Nesse Centro, as mulheres passaram a desenvolver habilidades tais como o tingimento artesanal de tecidos, a produção de sabão, a montagem de uma torrefadora de café, a confecção de conservas de frutas e legumes e a desenvolver o necessário para ajudá-las a obter microcrédito com o qual abrir pequenos negócios informais de modo a poder comercializar sua produção.
Por essas alturas, a Missão começou a atrair a atenção das mulheres senegalesas e algumas se mostraram interessadas em se juntar à Congregação. As Irmãs começaram a oferecer dias de retiro espiritual para as mulheres interessadas, mas tornava-se necessário abrir uma casa dedicada à formação.
No dia 3 de outubro de 1997 a Congregação abriu a Casa Agape San Damiano. Ir. Vincenzina Raimondo foi convocada como responsável por essa Casa de Formação, localizada em Parcelles Assainies, ligada à Comunidade Alleluia.
No dia seguinte, Festa de São Francisco, a Casa de Formação foi dedicada e cinco mulheres foram recebidas na comunidade Agape San Damiano em meio ao som de tambores e canções.
Nos dias que se seguiram elas começaram a discernir sua escolha vocacional. Essas jovens eram: Mathilde Tior, com 36 anos; Rose Ndong, 24; Agnès Diene, 21; Marie Madeleine Thioubane, 21; e Silviane Boissy, 22.
Nove anos depois, a casa de formação Agape San Damiano mudou-se para Keur Mbaye Fall, Rufisque, a 23 km de distância, sendo rededicada no dia 9 de outubro de 2006.
Marie Augustine N’Dione, do Senegal, já havia iniciado seu pré noviciado com nossas Irmãs na Itália, em 1990. No dia 17 de setembro de 1991 ela entrou para o Noviciado. Pronunciou seus primeiros votos em 1993 e fez votos perpétuos em Dakar, no dia 24 de maio de 2001, sendo a primeira Irmã Franciscana dos Pobres da África. A partir de 2004, a Congregação começou a receber jovens vocacionadas vindas de Burkina Faso, um país africano não muito distante.