Em 1968, a Congregação tem 480 membros com votos perpétuos: 410 nos Estados Unidos, 25 no Brasil e 45 na Itália. Em dezembro de 2000, possui apenas 186 Irmãs, menos da metade de 30 anos antes.
Tendo em vista essa diminuição do número de membros e em resposta às diretrizes do Capítulo Geral de 2000, é criado o Projeto Vida Evangélica Franciscana, em 2001. As reflexões sobre a Vida Evangélica Franciscana convidam a Congregação a aprofundar uma compreensão comunitária da Palavra de Deus, do carisma de Madre Francisca e do chamado a servir os pobres.
Procura-se particularmente explorar uma “Forma de Vida” (estrutura) capaz de dinamizar esses aspectos da vida consagrada e orientar a reflexão congregacional sobre todas as possíveis mudanças de estrutura de governo, tomando em consideração as seguintes justificativas: maior ênfase na natureza multicultural da Congregação, diminuição do número de membros, consequente necessidade de reduzir o número de Irmãs servindo em liderança, e aprofundamento da nossa capacidade de exercer corresponsabilidade e subsidiariedade, como mulheres religiosas maduras.
Em 2003, durante a preparação para o Capítulo Geral de 2004, é pedido às Irmãs novas ideias para conceber uma nova estrutura de governo da Congregação, que pudesse enriquecer o modo de viver congregacionalmente.
Naquela época, a estrutura do governo estabelecia uma Ministra Congregacional com três Conselheiras Congregacionais e três Regiões com suas respectivas Ministras e Conselheiras Regionais: a Região dos Estados Unidos, a Região do Brasil e a Região Italiana, com comunidades na Itália e no Senegal.
Em dezembro de 2003, é formado o Comitê para a Forma de Vida Evangélica Franciscana que trabalha conjuntamente até fevereiro de 2004, quando passam a elaborar e desenvolver as ideias provenientes de todas as Irmãs para a mudança de estrutura.
Os membros desse comitê são: Irmã Jeanne Glisky como Ministra Congregacional, a Conselheira Congregacional Irmã Marcia Dahlinghaus, Irmã Tânia Maria Ribeiro Machado pela Região do Brasil, Irmã Mary Jacinta Doyle pela Região dos Estados Unidos, Irmã Tiziana Merletti pela Região da Itália e Senegal, Irmã Rose Margaret Delaney como Consultora, e Irmã Marilyn Vollmer, SSM como Facilitadora. No decorrer de 2004, o Comitê procura facilitar a participação de todos os membros no processo de reflexão comum sobre os possíveis modelos para mudar a liderança e o governo da Congregação, e prepara uma recomendação ao Capítulo Geral daquele ano.
A contribuição de todos os membros traz à luz os valores que poderiam melhor servir como princípios organizacionais para a Congregação. A longa lista dos valores sugeridos pelos membros é condensada nestes princípios:
– Viver o Evangelho no
nosso relacionamento com Deus
nosso relacionamento umas com as outras
nosso relacionamento com os pobres
nosso carisma de cura, em todas as suas dimensões
– Simplicidade / Menoridade
– Internacionalidade Multicultural
– Unidade na Diversidade / Comunhão
– Corresponsabilidade / Subsidiariedade
– Flexibilidade
– Fortalecimento da Comunidade local
Entre fevereiro e junho de 2004, são realizadas reuniões formativas e informativas incluindo todas as Irmãs para discutir as possíveis mudanças de estrutura de governo. Três modelos são apresentados aos membros da Congregação. Um deles capta a preferência da maioria, e se torna uma proposta ao Capítulo Geral, celebrado em outubro de 2004.
O modelo proposto apresenta um único nível de governo, elimina o nível da liderança regional e estabelece que 6 ou 7 conselheiras assistam a Ministra Congregacional: algumas dessas conselheiras com autoridade delegada para funções administrativas gerais que abrangem toda a Congregação e as outras conselheiras com autoridade delegada especificamente para um país (área geográfica) nas quais as Irmãs Franciscanas dos Pobres estão presentes: Estados Unidos, Itália, Brasil e Senegal. Este modelo é proposto com as seguintes justificativas que constituem a base da exploração de uma nova Forma de Vida Evangélica Franciscana: maior ênfase na natureza multicultural da Congregação, diminuição do número de membros, consequente necessidade de reduzir o número de Irmãs servindo em liderança, e aprofundamento da nossa capacidade de exercer corresponsabilidade e subsidiariedade, como mulheres religiosas maduras. Em 2004, a Congregação tem 163 membros: 94 Irmãs nos EUA, 43 na Itália, 15 no Brasil e 11 no Senegal. O Capítulo Geral de 2004 aprova a modificação da Estrutura do Governo Congregacional com a adoção do modelo proposto. Conforme indicado nos documentos oficiais do Capítulo, é reconhecido que: todas as conselheiras são iguais, mesmo sendo delegadas para diferentes funções; todas as funções de responsabilidade de cada conselheira são tomadas em consideração e distribuídas entre os membros da liderança eleita, de acordo com as Constituições.
É importante enfatizar a internacionalidade multicultural como sendo a natureza da Congregação; o declínio no número de membros é evidente; as Irmãs são convidadas a desenvolver sua capacidade de serem corresponsáveis como mulheres maduras e de exercer a subsidiariedade; e as comunidades locais são incentivadas a continuar crescendo.
A nova Forma de Vida Evangélica Franciscana aprovada em 2004 oferece um só nível de governo, constituído de uma Ministra Congregacional e seis conselheiras congregacionais, cobrindo as várias responsabilidades delegadas a cada uma.
As Comunidades locais, com sua estrutura comunitária, são estimuladas a crescer nos vários países / áreas geográficas: Estados Unidos, Itália, Brasil e Senegal.
É enfatizada a natureza multicultural e internacional da Congregação: “viver e testemunhar nossa realidade internacional, nossa identidade como congregação multicultural nos torna testemunhas proféticas porque cria um espaço para experimentar o perdão e curar feridas entre culturas, povos e grupos. A experiência internacional nos leva a desejar uma compreensão mais profunda do nosso carisma de cura e a encontrar os modos de adequá-lo mais plenamente ao mundo de hoje” (dos Atos do Capítulo de 2004).