Ir. Kathleen Reynolds, SFP

23 de fevereiro de 1937 – 4 de outubro de 2020

Ir. Kathleen Reynolds foi um belo exemplo “em carne e osso” da canção: “When Irish Eyes are Smiling” (“Quando olhos irlandeses sorriem”). Seus olhos traziam uma fagulha, uma chama que refletia alegria e um quê de travessura. Bastava ela adentrar um cômodo para que a animação invadisse o lugar. Não havia quem não se sentisse melhor, mais feliz, na presença desta nossa irmã!

Kathleen Reynolds nasceu em 23 de fevereiro de 1937 e foi uma das 5 crianças da família formada por Thomas e Kathleen Reynolds (mãe). Junto a seus irmãos Michael, Thomas e John, e de sua irmã Ann, Kathleen frequentou a escola primária Annunciation, em NY e, após formar-se, cursou o ensino médio na St. Catherine Academy, no Bronx.

Kathleen familiarizou-se com as Irmãs Franciscanas dos Pobres através de um tio cuja irmã integrava a congregação. Assim, ingressou no noviciado em 15 de agosto de 1957, fez sua profissão inicial em 8 de março de 1960 e pronunciou seus votos perpétuos em 22 de agosto de 1965. Nas palavras de Kathleen, “ser uma Irmã Franciscana dos Pobres é, verdadeiramente, uma continuação de todo o amor e alegria que meus pais me proporcionaram em cada dia da minha vida.”

Tal alegria permaneceu em Ir. Kathleen e dela irradiava, tocando todas as vidas que lhe cruzaram o caminho em seus ministérios. Primeiro, trabalhou no escritório do Centro Médico St. Michael, localizado em Newark, NJ, e, posteriormente, no Hospital Comunitário de St. Francis, localizado em Jersey City, NJ. Percebendo seu potencial para a compaixão e para o cuidado dos pacientes, Kathleen tornou-se assistente de enfermagem e, em seguida, formou-se no Programa de Enfermagem pelo Hospital St. Francis, tornando-se então enfermeira. Seu ministério como enfermeira foi exercido em diversos locais durante mais de 25 anos e, nesta lida, Ir. Kathleen tornou-se cada vez mais consciente do sofrimento dos pobres. Tal consciência a conduziu até a Anthony House por alguns anos, onde as irmãs conviviam com os pobres de Jersey City. Após passar 10 anos no Mt. Alverno Center, em Warwick, NY, como coordenadora de enfermagem, Ir. Kathleen interessou-se por terapias alternativas utilizadas para aliviar a dor e o desconforto. Assim, fez formação para tornar-se massoterapeuta profissional e atuou em um hospital localizado em Hoboken, NJ, até aposentar-se em 2011.

Ir. Kathleen teve impacto em muitas vidas ao longo de seus anos de ministério, mas pode-se afirmar que ninguém se beneficiou mais e melhor de seu espírito alegre e amoroso do que as crianças do setor pediátrico do St. Francis Hospital. Neste difícil lugar, a alegria e o riso fácil de Ir. Kathleen aliviavam o fardo da doença suportado pelas inocentes crianças. De bom grado, ela fazia terapias lúdicas, usando de muita brincadeira para distrair os/as pacientes, para que não pensassem somente nas doenças e mantivessem vivos, em seus corações, os sentimentos positivos necessários para que as crianças se curassem e vivessem bem. Havia uma placa na sala da enfermagem com o seguinte dizer: “Aqui, fala-se amor”, e nossa Ir. Kathleen certamente contribuiu para esse diálogo.
Outro capítulo importante da carreira na enfermagem foi a temporada em que trabalhou no Mt. Alverno Center, onde cuidou de nossas irmãs idosas e doentes. Ir. Kathleen foi uma das irmãs que teve papel fundamental em trazer os Frades Franciscanos enfermos de St. Bonaventure, NY, a fim de que passassem seus últimos anos em Mt. Alverno. Assim, cultivou amizades vitalícias também entre os frades.

Quando Kathleen se aposentou e, assim, mudou-se para o convento St. Francis, em Warwick, continuou a visitar as irmãs e os/as residentes do Pavilhão Schervier. A alegria e a gargalhada desta nossa irmã estamparam sorrisos nos rostos de muitos residentes que já não tinham quem os visitassem. Incessantemente, ela continuou a alegrar os últimos anos de vida de muitas pessoas com sua presença. E qual era a fonte de tamanha alegria? Seu amor por Deus, suas orações e o modo como vivia os sacramentos. Ela esperava “sempre expressar o profundo amor de Cristo a cada pessoa que entrar em minha vida”. Suas irmãs também se beneficiaram de seu amor e alegria, visto que Kathleen desejava “viver a vida em comunidade com cada pessoa e permanecer aberta para compartilhar, receber e vivenciar diariamente uma profunda gentileza e amor no espírito de São Francisco e a Bem-Aventurada Madre Francisca, perpetuando seu carisma a cada vez que eu saudar e der as boas-vindas a toda pessoa, a cada dia de minha vida.”

E, como sempre, as raízes irlandesas de Kathleen faziam-se notar. Todos sabiam que ela “amava qualquer coisa que remetesse à Irlanda e, num estalar de dedos, começava a dançar Irish jig, uma dança típica da Irlanda, com muita alegria!”

Nos últimos anos, Ir. Kathleen veio morar na comunidade de St. Clare/Magnificat, em Cincinnati, OH, junto a boas amigas. Foi de tocante beleza reparar que Ir. Kathleen deixou-se repousar no amoroso colo divino justamente no dia em que celebramos a Festa de São Francisco de Assis, 4 de outubro de 2020, durante a madrugada. Com certeza, o céu está em festa ao som daquela gargalhada, e há muita dança irlandesa e olhares de alegria e travessura pelo ar!

Redigido por: Ir. Jo-Ann Jackowski, SFP

Ir. Kathleen Reynolds – Olhos irlandeses

Cada vez que aquele olhar irlandês sorria,
ela parecia estar dançando com a primavera,
recordando momentos de sua vida
e as lições que cada vivência traz…
Perdoar, dar prova de misericórdia e sempre amar
mulher disposta, alegre e corajosa.
Um coração de fé resiste ao tempo
e nunca envelhece.
A força em forma de mulher e, sim, quanta coragem!
Sem dúvida, um espírito muito determinado!
Ela nos abençoou com dons incríveis,
verdadeiras lições a compartilhar.

A seguir, publicamos o depoimento de uma de nossas Irmãs que se lembra de Ir. Kathleen Reynolds com muito carinho:

Os últimos anos da vida da Ir. Kathleen não foram nada fáceis, pois, a cada dia, sofria com limitações físicas e cognitivas.
Recordo com alegria o dia do 60º Jubileu de nossa irmã, celebrado em Warwick, que reuniu família e amigos para comemorarem a data junto a ela. Foi um dia em que aqueles olhos irlandeses brilharam de forma especial! – Ir. Marilyn Trowbridge