6 de janeiro de 1924 – 8 de julho de 2016
Uma alma sempre fiel, Irmã Coletta Chalk deixou esta vida como a tinha vivido, calma e pacificamente. Ela teve sua própria experiência de ressurreição terrena, três anos atrás, quando, devido a complicações de saúde, esteve à beira da morte. No entanto, o estímulo e o amor da sua família, das Irmãs e da equipe de suas cuidadoras, provou ser o melhor remédio, resultando em um novo alento e assim ela pôde gozar plenamente estes últimos anos de sobrevida.
Coletta Margaret Chalk nasceu em Newport, Kentucky, no dia 6 de janeiro de 1924, filha de Charlotte E. Stoeckle e William B. Chalk. Ao longo de toda sua vida, Coletta gostava de dizer que, tendo nascido na festa dos Reis Magos, havia chegado como um presente para Jesus. Era uma das sete crianças do casal, tendo três irmãos e três irmãs. Foi criada em uma família que dava um testemunho vivo da fé em ação na paróquia de São Vicente de Paulo, o que provavelmente teve uma influência na escolha de sua vocação e do seu nome religioso.
Viveu sua infância em Newport, onde cursou o nível elementar na escola paroquial. Sendo de uma família de bom tamanho, tinha companheiros para brincar dentro do seu próprio ambiente familiar. Desde os primeiros tempos, Coletta valorizava e nutria uma afinidade especial com os membros de sua família e eles para com ela, vínculos que só continuaram a crescer ao longo dos anos.
Depois de se formar pela Escola de Segundo Grau Nossa Senhora da Providência, sentindo-se atraída ao trabalho na área da saúde, decidiu ser enfemeira e, em 1946, obteve seu Diploma pela Escola de Enfermagem St. Elizabeth, em Covington, Kentucky. Estava fazendo sua prática de enfermagem quando decidiu testar seu desejo de entrar para a vida religiosa. Em fevereiro de 1951, Coletta ingressou no Convento Santa Clara da Congregação das Irmãs Franciscanas dos Pobres, recebendo o nome religioso de Irmã Vicente de Paulo. No entanto, em julho de 1953, imediatamente antes de fazer sua primeira profissão, ela discerniu a deixar a Congregação. Porém, menos de um ano depois de sua partida, no dia 13 de junho de 1954, ela re-ingressou na Congregação.
Ao iniciar seu noviciado, foi-lhe restituído o seu nome religioso anterior. No dia 8 de setembro de 1956, ela fez sua primeira profissão dos votos e, cinco anos mais tarde, no dia 25 de agosto de 1961, fez profissão perpétua. Após a renovação da Igreja e da vida religiosa, como resultado do Concílio Vaticano II, Irmã Vicente de Paulo retornou a seu nome de batismo, tornando-se Irmã Coletta Marie.
Ela passou a maior parte de sua vida ministerial servindo em enfermagem. Irmã Coletta ministrou em várias das instalações hospitalares congregacionais em Cincinnati e em Columbus, Ohio; em Batesville, Indiana; em Ashland, Kentucky e em Kansas City, Kansas. Além de trabalhar em enfermagem hospitalar, enquanto vivia em Cincinnati, Irmã Coletta serviu também por dez anos na clínica municipal para tuberculosos.
Em seus últimos anos, Irmã Coletta serviu em alguns cargos relacionados à assistência social e, conclusivamente, dedicou-se ao apostolado de oração e à presença de cura.
Apesar de sua fragilidade física, Irmã Coletta continuou ativamente engajada com todas as formas de vida que a rodeavam. Podíamos sempre contar com sua participação em quase todos os momentos de fraternização e nas excursões mas, consistentemente, não faltava às liturgias. Era também uma ávida torcedora do time de baseball Cincinnati Reds, e sempre vestia a camiseta vermelha para assistir às partidas.
Refletindo sobre sua vida longa e tão significativa, só podemos dizer uma coisa: nosso imenso muito obrigado, querida Irmã Coletta, por ter mostrado a todas/os nós como envelhecer com a sua graça inesquecível. A graça que você levou tão pacificamente deste mundo para o próximo, onde nos aguarda. Lembre-se de todas/os nós que ainda estamos nesta caminhada da vida terrena. Vá com Deus!
Irmã Marilyn Trowbridge, sfp
Irmã Loredana Giugliano recorda Irmã Coletta Chalk com muita afeição:
Devo agradecer a Irmã Coletta pela sua hospitalidade e pela partilha de seu quarto no Convento Santa Clara, quando estive nos Estados Unidos em 2004. Eu era então uma jovem professa e ter convivido com ela no seu próprio espaço foi, para mim, uma fonte de alegria e uma bênção. Foi então que eu senti que ser uma consagrada é alto que ultrapassa as idades, os anos de profissão religiosa ou a cultura nacional. Ela me deu tanta atenção e amor, durante aqueles dias! Descanse em paz querida Irmã e, do Céu cuide de todas/os nós.
Obrigada,
Ir. Loredana Giugliano