Ir. Josetta Marie Lonnemann, SFP

 18 de setembro de 1930 – 8 de dezembro de 2014

Na festa da Imaculada Conceição, em 8 de dezembro de 2014, às 7h45, Irmã Josetta Marie foi acolhido nos braços de Deus, Aquele que ela serviu fielmente durante 65 anos como Irmã Franciscana dos Pobres.

Cerca de cinco meses antes de sua morte, Irmã Josetta mudou-se para a Comunidade Magnificat do Convento Santa Clara, onde pôde receber toda a assistência que necessitava. Após um período de declínio em sua saúde física e mental, ela ficou confinada à cama.  Ultimamente, práticas incluídas em setores de cuidados paliativos tinham sido iniciadas para ela.  Em 1º de dezembro último, as Irmãs começaram a fazer uma vigília de oração, recitando o Rosário e outras preces para acompanhá-la em seus últimos dias.
 
Foi na época em que os Estados Unidos estavam em ascenção econômica que Joseph Ignatius Lonnemann e Henrietta Anna Raters se casaram, e começaram a criar sua família.  Joseph a sustentava como co-proprietário de uma joalheria que continua em existência até hoje em Bellevue, Kentucky.  Sendo a quinta dos seis filhos que tiveram e batizaram como Mary Alice, ela nasceu em 18 de setembro de 1930, em Covington, Kentucky.  Cresceu em um ambiente cheio de amor e uma profunda fé em Deus no período em que os Estados Unidos enfrentavam o severo desafio da Grande Depressão.
 
Após graduar-se pela Notre Dame Academy em Covington, Mary Alice decidiu cursar a  Escola de Enfermagem do St. Elizabeth Hospital das Irmãs Franciscanas dos Pobres, vindo a conhecer a vida religiosa. Ao concluir seu primeiro ano, Mary Alice resolveu suspender seus estudos   e entrar para o Convento Santa Clara, em Cincinnati, no dia 12 de setembro de 1949 e se preparar como consagrada.  Por ter uma estreita relação com seu pai e uma profunda devoção a São José, recebeu o nome de Irmã Marie Josetta quando começou o noviciado. Após a sua primeira profissão, em 3 de maio de 1952,  voltou a Covington para completar sua educação em enfermagem.  Irmã Josetta Marie praticou enfermagem no St. Elizabeth Hospital em Covington e no Our Lady of Bellefonte Hospital em Ashland, Kentucky, um serviço só interrompido quando passou um tempo em preparação para os Votos Perpétuos que professou no dia 3 de maio de 1957.
 
Seguindo sua profissão, Irmã Josetta Marie foi missionada no St. Francis Hospital, em Cincinnati e, três anos depois, começou a servir os doentes e pobres no St. Elizabeth Hospital de Dayton, Ohio como Diretora dos Serviços de Enfermagem.  Mais tarde, serviu no St. Margaret Hospital em Kansas City, Kansas.
 
Sendo uma mulher de profunda oração, Irmã Josetta Marie procurou descobrir o chamado de Deus, sempre disposta a sacrificar seu conforto pessoal para servir onde quer que fosse necessário. Em 1966, foi chamada por Deus para ir juntar-se às Irmãs na missão SFP iniciada seis anos antes no Brasil.
 
Sendo muito apegada à sua família, ela poderia ter preferido continuar servindo nas proximidades de Covington.  Mas não foi essa a sua opção. Sentiu-se motivada a dar tudo de si a Deus, com grande entusiasmo e sacrifício em um país distante.
 
Chegando ao Brasil, ela foi designada como Diretora das Professas Temporárias.  Mais tarde, serviu como Ministra local e, em seguida, como Diretora Regional das Irmãs no Brasil.
 
Irmã Josetta Marie retornou aos Estados Unidos somente em 1988, depois de ter servido no Brasil por 22 anos.  Foi então missionada no Lar Schroder Manor e em seguida, no Lar Franciscan Terrace, em Cincinnnati, para cuidar das Irmãs idosas ou doentes.
 
Sendo muito proficiente em português devido aos muitos anos de ministério no Brasil, Irmã Josetta Marie serviu como intéprete e tradutora durante os Capítulos Gerais e as Assembléias Congregacionais e não somente para a Congregação SFP, como também para os Irmãos dos Pobres de São Francisco que atuam no Brasil, e sempre que nossas Irmãs brasileiras vinham em visita aos Estados Unidos.  O português ficou tão marcado em sua memória que ela às vezes espontaneamente começava a falar nessa sua segunda língua que tanto amava.  Principalmente nos últimos anos, quando sua memória começava a falhar.  Em seus últimos dias, ela orava e falava muito em português.
 
Havia sido sempre metódica, mas como já não era obrigada a manter um calendário específico, a oração tornou-se seu principal ministério.  No entanto, quando lhe pediam para se lembrar de alguém em suas orações, ela pedia o nome da pessoa e o acrescentava à lista das pessoas que guardava em um livro de orações, prometendo orar por elas ao seu querido São José.
 
Irmã Josetta Marie, agora que nos despedimos de você, lembramos a sua presença gentil ao nosso lado nesta caminhada terrena, e pedimos que se lembre de nós ao receber a recompensa da vida plena que lhe foi prometida depois da sua vida bem vivida, de inteira dedicação a Deus e ao próximo.


Irmã Arleen Bourquin, SFP