FRANCISCA SCHERVIER
Nossa fundadora, Francisca Schervier (1819-1876) nasce na Alemanha durante a revolução industrial, um período histórico de grande turbulência social e econômica. Apesar de crescer em uma família econômica e socialmente privilegiada – seu pai é industrial dono de uma fábrica de agulhas têxteis – desde cedo se mostra sensível e solidária às pessoas mais pobres. A posição social da família não a impede de reconhecer as dificuldades dos grupos socialmente marginalizados da nascente sociedade industrial, e rompe as convenções da época.
Tendo perdido a mãe e as duas irmãs mais velhas, com apenas 14 anos Francisca assume a gestão doméstica e a vida familiar, mas já sente uma grande vontade de abraçar a vida religiosa, o que seu pai não aprovava. Somente depois que ele morreu, em 1845, Francisca aceita o chamado de Deus para se dedicar totalmente ao serviço das pessoas mais vulneráveis, acreditando na experiência concreta e profunda que teve: “Nos pobres e nos sofredores reconheci meu Divino Salvador tão claramente como se o estivesse vendo com meus próprios olhos.”
A comunidade que Francisca fundou no domingo de Pentecostes de 1845, e à qual muitas jovens aderiram em pouco tempo, é particularmente influenciada pelo exemplo de São Francisco. Vivia uma juventude despreocupada, tinha uma vida confortável, mas seu encontro com os pobres desperta nele o desejo profundo de uma existência mais autêntica.
Juntamente com suas companheiras, Francisca se dedica a prestar diversos serviços, providenciando cuidados a pessoas doentes, idosos/as, mulheres jovens em risco de prostituição, pessoas famintas, soldados feridos nas guerras em curso, crianças, prisioneiros/as e pessoas condenadas à morte. A criatividade do seu amor não tem limites, ela não favorecer ninguém, atende a todas as pessoas, porque todas merecem sua atenção e compaixão.
A coragem e a determinação de Francisca dão a ela a liberdade necessária para enfrentar a realidade política daquela época. Quando a Congregação corre o risco de ser banida da Alemanha – devido às novas leis anticatólicas aprovadas em 1871 pelo recém-fundado Império Alemão – ela não se deixa intimidar, cautelosamente começa a mudança para a Bélgica e cogita uma possível transferência para os Estados Unidos.
Madre Francisca é uma mulher autêntica e ousada como irmã e mãe dos pobres. Ainda hoje ela é fonte de inspiração pela sua confiança radical na Providência e na obra de Deus em sua vida e na vida da Congregação.
Francisca Schervier vem a óbito em 14 de dezembro de 1876. Em 1974, é proclamada Bem-Aventurada pelo Papa Paulo VI. Seus restos mortais jazem em seu túmulo na capela da Casa Mãe de Aachen.